História - Mesopotâmia: Gilgamesh e os mitos do dilúvio
Roteiro | EE SYLVIA NOEMIA DE ALBUQUERQUE MARTINS | ||||||||
DISCIPLINA: História | Ano/Série: 6° A e B | Nível: Fundamental | |||||||
| PROFESSOR: Amauri Matos | ||||||||
CONTEÚDO: |
| AULAS: 4 | |||||||
DATA DE ENVIO: | 22/06/2020 | DATA DE ENTREGA: 07/07/2020 | |||||||
Enviar no WhatsApp (15) 991 205747 ou pelo App ClassRoom | Código da turma no Classroom: 6°A: f7bajyq 6°B: 6dopvet | ||||||||
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Mesopotâmia: Gilgamesh e os mitos do dilúvio
As descobertas arqueológicas exercem um fascínio especial sobre a imaginação das pessoas. Ruínas de templos muito antigos, esculturas, vasos de cerâmica, espadas, fragmentos de textos, vestígios de cidades, tudo isso contribui para fazer da arqueologia uma atividade fascinante. Nesta sequência didática, propõe-se aproveitar esse fascínio e a aura de mistério que ainda cerca os tesouros das antigas civilizações do Oriente Médio para familiarizar com vocês alguns aspectos culturais dessas civilizações.
Estudaremos particularmente o mito do dilúvio universal na formação do imaginário de diversos povos. Associado a isso, abordaremos também um perigo real que tem rondado o futuro da humanidade: o aquecimento global, com o consequente derretimento das geleiras e das calotas polares, e a elevação do nível de mares e oceanos, que pode causar inundações de áreas costeiras e mesmo de cidades litorâneas. Outro dilúvio é possível?
Objeto de conhecimento | Povos da Antiguidade na África (egípcios), no Oriente Médio (mesopotâmicos) e nas Américas (pré-colombianos). Os povos indígenas originários do atual território brasileiro e seus hábitos culturais e sociais. |
Conteúdos | Civilizações antigas do Oriente Médio: mesopotâmicos e hebreus. Fontes escritas. Literatura da Antiguidade Oriental. Mitologia de diferentes povos, inclusive dos tupinambás. |
Parte 1
Leremos agora um trecho do poema épico Gilgamesh, um dos mais antigos textos literários conhecidos, no qual há referências a um dilúvio universal. Esse poema foi descoberto em meados do século XIX nas ruínas da antiga cidade de Nínive, no Iraque, pelo arqueólogo britânico George Smith. Escrito em caracteres cuneiformes gravados em tabletes de argila, encontrava-se no local onde funcionava a biblioteca do rei assírio Assurbanípal (668 a.C.-627 a.C.). Segundo alguns especialistas, essa versão do poema teria sido escrita no século VIII a.C., mas alguns historiadores afirmam que a versão original remonta ao terceiro milênio a.C. Recentemente, o poema mesopotâmico foi traduzido do acádio para o português por Jacyntho Lins Brandão.
Os deuses decidiram destruir a Terra com uma grande enchente.
Fui avisado do que iria acontecer porque eu era um homem bom.
Disseram que eu devia construir uma grande arca
E reunir dentro dela minha família e todo tipo de animal e planta.
Logo que eu terminei, desabou a tempestade.
Choveu durante seis dias e seis noites, e a Terra ficou inundada.
Só meu barco não afundou. Quando a chuva parou
E o nível das águas ficou mais baixo, descobrimos que o barco estava Numa montanha. Caí de joelhos, agradecido.
Deixei que os animais saíssem e levei para fora as plantas,
A fim de que a vida nova começasse. [...]
ZEMAN, Ludmila. A última busca de Gilgamesh. Porto Alegre: Projeto, 1996. p. 16-17.
Responda no caderno:
“Vocês acreditam que realmente ocorreu um dilúvio universal ou tudo isso é uma lenda? Por quê?”; “Na opinião de vocês, existe alguma possibilidade de ocorrer um novo dilúvio nos dias de hoje?”.
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O poema mesopotâmico é anterior ao relato bíblico, mas isso não significa que um tenha influenciado o outro. É possível que ambos se baseiem em relatos ainda mais antigos, orais ou escritos. Durante muito tempo, considerou-se que a Epopeia de Gilgamesh era o texto literário mais antigo, mas, em 2014, o pesquisador Irving Finkel, especialista em estudos sobre o Oriente Médio do Museu Britânico, revelou a existência de um texto ainda mais antigo, cujo original também estava escrito em acádio e com caracteres cuneiformes gravados em tabletes de argila. Trata-se da versão mais antiga do dilúvio já conhecida até o momento: a Epopeia de Atrahasis, escrita em 1750 a.C.
Parte 2
Você se lembra o que significa o nome Mesopotâmia?
Provavelmente se lembrará que significa “terra entre rios”. Há uma hipótese, segundo a qual o mito do dilúvio citado anteriormente teria se originado na Mesopotâmia, pois, durante a época de cheias dos rios Tigre e Eufrates, as águas se juntaram, causando grandes inundações. Segundo essa hipótese, uma inundação local foi, em tempos remotos, entendida pelos habitantes da Mesopotâmia como um evento mundial, e essa história teria sido preservada pela tradição oral e se espalhado para povos vizinhos.
Embora não existam evidências históricas ou arqueológicas de um dilúvio universal, o mais intrigante é que mitos semelhantes são encontrados também em culturas geograficamente distantes que, até onde se sabe, mantinham pouco ou nenhum contato entre si. Narrativas sobre dilúvios aparecem também em mitos fundadores de diversos povos, como gregos, chineses, indianos e até entre povos da América, como os astecas, os incas e os tupinambás.
Pesquise sobre algum mito das culturas tradicionais de nativos americanos (astecas, incas ou tupinambás) e registre no caderno.
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Pesquise também sobre qual é a relação do Aquecimento Global com o aumento dos níveis do mar.
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Parte 3
Responda as seguintes questões?
1. A Epopeia de Gilgamesh pode ser considerada uma fonte:
a) Da cultura material.
b) Escrita.
c) Oral.
d) Audiovisual.
2. Cite o mito de alguma cultura que você conheça e que se pareça com a história de Gilgamesh.
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Aluno (a), deixe todas atividades registradas em folhas separadas do caderno na escola até o prazo estabelecido. Caso possua tecnologia, apenas tirem fotos e me envie via WhatsApp ou Classroom.
Se cuida
Referências
DOMINGUES, Joelza Ester. Dilúvios miológicos. Ensinar História, 18 dez. 2018. Disponível em: <https://ensinarhistoriajoelza.com.br/diluvios-mitologicos/>. Acesso em: 26 set. 2018.
FLORES, Guilherme Gontijo. Jacyntho Lins Brandão: entrevista. Pernambuco: Suplemento Cultural do Diário Oficial do Estado, 5 fev. 2018. Disponível em:
<http://www.suplementopernambuco.com.br/entrevistas/2049-entrevista-jacyntho-linsbrand%C3%A3o.html>. Acesso em: 26 set. 2018.
FOLLMANN, Eric Thomas. A influência da Epopeia de Gilgamesh na escrita do Gênesis. Disponível em: <https://www.klepsidra.net/klepsidra23/gilgamesh.htm>. Acesso em: 26 set. 2018.
LIVRARIA DA FOLHA. Especialista em mitologia conta história de dilúvio Tupinambá.
Folha de S.Paulo, 16 set. 2012. Disponível em:
<https://www1.folha.uol.com.br/livrariadafolha/885866-especialista-em-mitologia-contahistoria-de-diluvio-tupinamba.shtml>. Acesso em: 26 set. 2018.
ZEMAN, Ludmila. A última busca de Gilgamesh. Porto Alegre: Projeto, 1996.
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licenciadas sob os mesmos parâmetros. Adaptado por Amauri Matos.
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