Roma Antiga: a lenda de Rômulo e Remo

Roteiro	EE SYLVIA NOEMIA DE ALBUQUERQUE MARTINS
DISCIPLINA: História			Ano/Série: 6° A e B				Nível: Fundamental
	PROFESSOR: Amauri Matos
CONTEÚDO:						AULAS: 4
DATA DE ENVIO:		21/07/2020		DATA DE ENTREGA: 28/07/2020
Enviar no WhatsApp (15) 991 205747 ou pelo App ClassRoom								Código da turma no Classroom: 6°A: f7bajyq 6°B: 6dopvet

Caracterizar o processo de formação da Roma Antiga e suas configurações sociais e políticas nos períodos monárquico e republicano.

Roma Antiga: a lenda de Rômulo e Remo

 

Vamos conhecer um pouco mais sobre a cultura romana a partir da lenda sobre a fundação da cidade. Independentemente do fato de essa lenda se basear ou não em fatos reais, ela revela aspectos da cultura romana. Nesse sentido, a lenda é útil para o estudo da História, pois, por meio dela, descobrimos sobre os valores de um povo.

Parte 1:

Observe as imagens:

Na direita o escudo do time Roma, e na esquerda o escudo do time Lazio, ambas equipes de futebol italianas.

 

Tanto a Lazio quanto a Roma estão sediados na capital italiana. Enquanto a Lazio faz referência à região do Lácio (da qual Roma é a principal cidade), daí o latim, língua falada pelos romanos, o clube Roma faz referência ao próprio nome da cidade. As imagens que aparecem nos escudos desses clubes também fazem referência à história romana. No caso da Lazio, vemos a imagem de uma águia, animal que foi usado como símbolo do imperialismo romano (lembrar que as legiões romanas traziam imagens de águia esculpidas em seus estandartes), além disso, a águia também costumava aparecer representada como a mascote do deus Júpiter. Também é importante notar que a águia é uma ave de rapina, que não possui predadores, e que se beneficia de enxergar bem longe e de poder usufruir da vista aérea. Enfim, características que são facilmente associadas à ideia de poder, o que nos ajuda a compreender por que águias foram adotadas como símbolo por diferentes potências no decorrer da História: pelo Império Russo; pela Alemanha Nazista; pelos Estados Unidos entre outras potências. Já o escudo da Roma traz a imagem da estátua de bronze da loba que, segundo a lenda, teria amamentado Rômulo e Remo.

 

 Convém lembrar que esta estátua em bronze é uma construção feita em dois tempos: durante muito tempo se acreditou que a loba era uma escultura etrusca de mais ou menos 500 a. C, mas pesquisas recentes revelaram que ela teria sido esculpida bem depois, na Idade Média e as estátuas dos gêmeos Rômulo e Remo foram colocados no século XV. Após a exibição dos escudos e a explicação sobre as respectivas referências, que devem durar um terço do tempo da aula, contar aos alunos a lenda da fundação de Roma. 

 

Pesquise na internet ou em seu livro didático:

1.                 Segundo essa lenda, quem era o pai de Rômulo e Remo?

 

2.                 De quem a mãe dos gêmeos era descendente?

 

 3.                 Quem ordenou que Rômulo e Remo, ainda bebês, fossem abandonados para morrerem?

4.                 Quem salvou a vida dos bebês e os amamentou?

 

5.                 O que aconteceu depois que Rômulo e Remo derrotaram o tio?

 

6.                 Por que, segundo a lenda, o monte Palatino foi escolhido como o local da fundação de Roma?

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Parte 2

Verossimilhança, é a característica de algo que tem a aparência real, ou mesmo é semelhante à realidade, é algo crível.

 

1 - A história de Rômulo e Remo é verossímil?

Tentativas de racionalizar a lenda de Rômulo e Remo são feitas desde a Antiguidade. 

 

Trata-se de uma hipótese verossímil. Em diferentes partes do mundo existem relatos de crianças que teriam sobrevivido em ambientes selvagens por terem sido, supostamente, adotadas por animais selvagens. Também sabemos de casos, geralmente de animais domésticos, em que fêmeas de diferentes espécies de mamíferos acabam amamentando filhotes de outras espécies. E se imaginarmos que a suposta loba não era uma loba e nem uma mulher? Podemos, por exemplo, supor que as crianças foram encontradas por uma cadela doméstica, e que essa cadela pertencia a um dos pastores que acabou criando os meninos. Dentro dessa hipótese, a cadela poderia ter sido transformada em uma loba pela transmissão oral.

 

1.   Em sua opinião, é possível que Rômulo e Remo tenham sido amamentados por uma loba? Justifique sua resposta.

 

 

2.   Formule outra hipótese para explicar como os gêmeos Rômulo e Remo teriam sobrevivido quando ainda eram bebês.

Talvez, nunca venhamos a saber se a história de Rômulo e Remo realmente aconteceu. Mas, naquilo que a lenda conta, podemos encontrar características da cultura romana e sabermos mais a respeito deles. Nesse sentido, a lenda é um registro de uma cultura que existiu em determinado contexto histórico, de maneira semelhante a como um estrangeiro poderia estudar a sociedade brasileira por meio das telenovelas (mesmo sendo ficcionais, as tramas revelam aspirações, valores, fantasias do público, inclinações ideológicas de seus realizadores etc.). Por exemplo, ao afirmar que Rômulo e Remo eram filhos de Marte, deus da guerra, a lenda estaria fornecendo uma explicação (ainda que de cunho simbólico) para a vocação dos romanos para a guerra e para a conquista. Do mesmo modo, ao afirmar que a mãe era descendente de Eneias, o maior herói troiano depois de Heitor, a lenda estaria buscando raízes nobres para a civilização romana, raízes essas que estariam em outra civilização mais antiga que a deles. Assim, os romanos não seriam meros imitadores dos gregos, civilização tradicionalmente considerada mais sofisticada intelectualmente, mas, sim, descendentes de um povo que resistiu bravamente até onde pôde contra os gregos. Atribuir uma ascendência troiana a Rômulo e Remo pode ser entendido como uma tentativa de legitimar a conquista militar do mundo helênico pelos romanos.

 

Essa intenção de legitimar o expansionismo romano seria atestada por conferir ascendência divina por parte do pai (afinal, Marte era também identificado com Ares, o deus da guerra para os gregos) e ascendência troiana por parte da mãe (vale lembrar que também se atribuía uma ascendência divina a Eneias). Talvez, a figura da loba amamentando Rômulo e Remo seja um símbolo para a agressividade guerreira dos romanos, especialmente porque agressividade e demonstrações de força eram características admiradas pela elite romana. Nesse sentido, os romanos preferiam ver a si mesmos como lobos do que como cordeiros.

 

Por fim, a história termina com dois irmãos que foram aliados contra o tio que tentou assassiná-los, mas que uma vez derrotado o inimigo comum, se enfrentaram, o que culminou no fratricídio de Remo por Rômulo. Tema semelhante também é encontrado no texto bíblico sobre Caim e Abel, mas com tratamento muito diferente, o que reflete as diferenças entre as duas culturas (hebraica e romana) no que se refere a questões morais e éticas: uma cultura defendia a obediência às leis atribuídas a Deus enquanto a outra defendia o uso da força por quem a detivesse. Enquanto no texto bíblico, descender do assassino Caim é considerado motivo de vergonha, para os antigos romanos descender de Rômulo é motivo de orgulho.

Repare aqui que o importante não é se essas narrativas se baseiam em fatos reais ou não, mas que esses povos acreditavam em suas respectivas narrativas e naquilo que elas ensinavam.

1.   Compare a lenda romana de Rômulo e Remo à história de Caim e Abel, contada na Bíblia. Destaque, pelo menos, uma semelhança e uma diferença.

 

 

2.       Cite exemplos de outras histórias que você conhece que se parece com a lenda de Rômulo e Remo em um ou mais detalhes.

3.       Em sua opinião, as semelhanças entre essas histórias são mera coincidência ou não? Justifique sua resposta.

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4.   Por que será que os romanos atribuíram a Marte, deus da guerra, a paternidade sobre Rômulo e Remo? Explique.

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